Como eu sei se meu dinheiro vai ser suficiente?
Nossa maior preocupação era como fazer as contas para mudança. O dinheiro daria para nós dois?
Vou detalhar aqui o nosso processo para fazer as contas para mudança, que assim como o processo de decisão (clica aqui para ler), não se aplica a todos, mas pode ser útil para você!
Falando com amigos!
Começamos falando com amigos e conhecidos que tiveram alguma experiência na França, por sorte conhecíamos dois amigos que moraram lá e nos passaram uma ideia geral que eram as seguintes:
- A moradia era parte expressivas das despesas, mas variava muito de cidade em cidade;
- Energia também seria significativa, pois grande parte do ano é preciso manter o aquecimento da casa, algo que não temos o costume no Brasil;
- Segundo eles, alimentação não era muito caro;
- e o transporte dependeria muito da cidade que iríamos, se teria um bom transporte público ou se dependeríamos de carro.
A conta do McDonalds
Depois de falar com amigos, passamos para a conta do McDonalds, algumas pessoas usam isso como parâmetro para saber o custo médio do lugar de destino, mas o que seria isso? Seria pegar o seu salário, anual ou mensal, e ver quantos BigMacs você poderia comprar no Brasil com o seu salário atual e no seu país de origem.
Você deve estar se perguntando, mas em que mundo isso pode ter alguma relação com meus cálculos para mudança? Esse cálculo parte do princípio que o McDonalds tem um mesmo público alvo em todos os países e com isso ele tem toda a pesquisa de custo x lucro do produto para ter um valor médio que atinja um mesmo público em todos os países.
O cálculo do valor leva em conta os materiais usados, mão de obra, tempo de produção, público alvo e poder aquisitivo de cada país.
Se quiser saber mais sobre o Índice BigMac clique aqui e aqui, ou digite no Google Índice BigMac.
Isso é só uma referência, não te daria certeza e não deve ser a sua única base de decisão.
Valor de referência dos carros
Outra forma que usamos para os cálculos para mudança, foi pegar um carro de referência, um modelo vendido no Brasil e no país de destino. Fizemos os cálculos de quanto tempo levaríamos para pagar esse carro no Brasil com o nosso salário atual, e quanto levaria para pagar na país de destino com o salário ofertado.
E como isso seria uma referência? Por exemplo, se no Brasil eu levasse 18 meses para pagar o carro e no outro país eu levasse 16 meses, isso, em teoria, significaria que eu teria um poder aquisitivo maior no país de origem que no Brasil.
Sites de supermercados
Por último, fomos verificar sites de supermercados da cidade de destino e da nossa cidade no Brasil de padrões parecidos. No nosso caso, usamos o site do Carrefour, mas isso vai variar em cada país.
Simulamos uma compra padrão mensal que faríamos no Brasil e uma compra similar no país de origem e verificamos qual seria a porcentagem que isso teria no nosso salário mensal.
Nunca é fácil fazer as contas para mudança! Nada é fácil!
Lembre-se todos esses cálculos dependem de inúmeras variáveis, eles são somente para dar um norte na decisão.
Para nós serviu para ver que ganharíamos menos na França, e ainda assim decidimos vir, pois conforme falei no post sobre a decisão, é algo complexo e nunca é uma coisa só que nos leva à decidir, mas fazer os cálculos foi importante no processo e principalmente para não chegarmos no país e termos uma desagradável surpresa.
Fazer esses cálculos para mudança é muito difícil e muito subjetivo, cada um tem aquilo que preza mais na sua vida, por exemplo, eu adoro cozinhar, adoro comer, ter dinheiro para ir em restaurantes ou para fazer compra de coisas boas era algo importante para mim, logo, era algo que tinha peso na nossa decisão, pode ver que muito dos nossos cálculos leva a comida em conta. Ache aquilo que mais importa para você na sua rotina e tente encontrar uma relação entre seu salário atual e seu salário no país de origem.
Outro ponto e sem querer desanimar ninguém, a conta nunca será perfeita, você chegará e terá de fazer ajustes, nós tivemos que fazer alguns quando chegamos, mas nada estava muito fora do que calculamos com a nossa pesquisa, então fizemos apenas pequenos ajustes, e sempre, mas sempre mesmo, tenha uma pequena reserva para emergências, nossa regra, mesmo no Brasil sempre foi de ter 6 meses de renda guardados para ajudar em emergências e para flexibilizar qualquer tomada de decisão, de mudar de emprego à sair do país, passando por um desemprego, ou uma decisão de virar freelancer, mas isso é papo para um outro post.
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